terça-feira, 30 de julho de 2013

Projeto de Maria obriga prescrição médica para produtos à base de vitamina ou mineral

Projeto de Maria obriga prescrição médica para produtos à base de vitamina ou mineral

Projeto de Lei, de autoria da senadora Maria do Carmo Alves (DEM/SE), estabelece que os medicamentos elaborados à base de vitamina ou mineral, cujo consumo em doses elevadas possam ser prejudiciais à saúde, não poderão ser adquiridos sem de prescrição médica.
A proposta (PLS 286/2013) começou a tramitar na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Maria justificou que desde muito tempo, a suplementação da dieta por meio de comprimidos com doses elevadas de vitaminas e minerais é adotada por grande parte da população brasileira.  “O hábito de consumir esses suplementos pode trazer prejuízos à saúde”, alertou a senadora sergipana, ao condenar a legislação atual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que isenta o consumo desses medicamentos de prescrição médica.
De acordo com Maria, no Brasil, as normas da Anvisa estabelecem que as vitaminas e os minerais são considerados medicamentos se o esquema posológico previsto originar ingestão maior que 100% da Ingestão Diária Recomendada. “Nessa era atual de culto ao corpo e de valorização da juventude, não são poucas as pessoas que se enchem de suplementos vitamínicos e minerais, cujo consumo em altas doses é apontado como vilão", explicou a senadora na justificação da sua proposta.
A propositura ainda estabelece que a embalagem dos produtos dietéticos que contenham vitamina ou mineral cujo consumo em doses elevadas possa ser prejudicial à saúde trará advertência sobre os riscos desse consumo. “A nossa expectativa é que o projeto prospere e origine lei, beneficiando a população e impedindo que as pessoas continuem a usar suplementos vitamínicos e minerais de maneira inadequada”, argumentou Maria do Carmo.

União Internacional de Matemática é comandada por uma mulher pela primeira vez

(O Globo) Uma das poucas mulheres em um campo ainda dominado pelos homens, a belga Ingrid Daubechies é a primeira delas a presidir a União Internacional de Matemática (UIM). No Rio para participar do 29º Colóquio Brasileiro de Matemática, que é realizado desde a semana passada no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), ela acredita que a ciência pode se beneficiar de uma diversidade que vai muito além de uma simples questão de gênero, identificando e atraindo talentos nas mais variadas culturas e origens sociais.

- A matemática é uma forma de aprender sobre as coisas a partir de padrões abstratos, então quanto mais maneiras diferentes de pensar sobre as coisas tivermos, melhor - diz. - Assim, creio que devemos buscar talentos em todo tipo de lugar, e para isso temos que alcançar o maior número possível de pessoas. Claro que acredito e fico feliz em ver cada vez mais jovens mulheres interessadas em ciências e na matemática em particular, mas esta busca não deve se restringir a uma questão de gênero.

Segundo Ingrid, uma das maiores barreiras para a expansão da matemática é a noção errônea que as pessoas têm de que é preciso ser de alguma forma "especial" para se dedicar a este campo. E embora admita que os próprios matemáticos não têm sido muito eficazes em mudar essa visão, ela crê que com trabalho e iniciativas como a "Bridges" (pontes), conferência anual promovida pela UIM que reúne pesquisadores e artistas, o cenário pode ser diferente.

- A matemática é algo muito humano. As pessoas tendem a pensar que é preciso ser de alguma forma "especial" para estudar matemática, mas isso não é verdade. Ela é uma maneira de resolver problemas apenas pensando neles. Isso é algo muito poderoso que fazemos toda hora e gostamos de fazer - lembra. - Nos esportes, por exemplo, é preciso ser de certa forma especial para se tornar um atleta olímpico, mas isso não quer dizer que é também preciso ser especial para praticar esportes, ter prazer em praticá-los e até ficar bom neles. Com a matemática é a mesma coisa. Todo mundo pode praticar a matemática e ter prazer nisso.

Ingrid conta que mesmo entre os cientistas a matemática às vezes é vista como um campo hermético, restrito apenas aos "iniciados". Por isso, ela própria tem se dedicado a mostrar que ferramentas matemáticas podem ser muito úteis na solução de problemas que desafiam pesquisadores nas mais diferentes áreas. Prova disso é um de seus trabalhos mais recentes, em que a pedido de uma dupla de geofísicos - Anthony Dahlen e Guust Nolet - desenvolveu uma maneira de montar uma "radiografia" da Terra a partir de dados sísmicos dos grandes terremotos ocorridos nas últimas décadas, ajudando a revelar pela primeira vez estruturas das profundezas do planeta antes inacessíveis.

Para isso, Ingrid recorreu à sua especialidade, uma ferramenta matemática conhecida como wavelets ("pequenas ondas"). As equações com wavelets permitem decompor sinais complexos em suas características mais básicas e fundamentais, descartando informações redundantes ou sem interesse, mas mantendo-os fiéis à origem. Um exemplo disso é o padrão de imagens digitais JPG, muito comum na internet e cuja evolução, JPEG 2000, Ingrid ajudou a criar. Com ele, é possível "comprimir" o arquivo de uma foto até apenas 3,3% do original com um prejuízo mínimo para a imagem geral. No caso da "radiografia" da Terra, o problema era inverso, isto é, encontrar uma maneira de analisar e interpretar a relevância dos tênues sinais disponíveis. Com o modelo de Ingrid, porém, os geofísicos puderam confirmar a existência de colunas de material que sobem pelo manto terrestre desde o núcleo do planeta até a crosta, as chamadas "plumas", dando origem a cadeias de ilhas vulcânicas como o Havaí.

Botão do pânico protege mulheres da violência doméstica em Vitória

Bom Dia Brasil) Dois homens estão presos em Vitória, graças a um equipamento que protege as mulheres vítimas de violência doméstica. É o chamado botão do pânico. A dona de casa, que prefere não mostrar o rosto, era agredida pelo ex-marido. "Eu apanhei três vezes. Três vezes", conta.
Assista aqui o vídeo desta reportagem.
Leia também: Informativo da Campanha Compromisso e Atitude pela Maria da Penha
Secretária da Bahia conhece projeto do Botão do Pânico
Até que ela foi à delegacia da mulher. A Justiça determinou uma medida protetiva. O agressor teria que manter pelo menos 300 metros de distância, mas ele não obedeceu. "Ele chegou perto do apartamento e gritou dizendo que o imóvel era só dele, e começou a me amedrontar e foi aí que eu apertei o botão do pânico", declara.
A polícia chegou sete minutos depois e prendeu o agressor. O botão do pânico é um aparelho que a mulher deve acionar sempre que estiver correndo risco de ser agredida.

Quando alguém aperta o botão do pânico, dispara um alarme em uma sala, onde funciona o videomonitoramento da Prefeitura de Vitória. Imediatamente uma viatura é deslocada para atender a ocorrência. Como sistema disponibiliza um mapa, fica fácil saber o local exato onde está a mulher vítima da agressão.

Além do mapa, o policial que vai atender a ocorrência também recebe, no telefone, fotos da vítima e do agressor.
"Uma vez que a gente chegue ao local, a gente já sabe exatamente quem está oferecendo ameaça naquele momento", diz Sandro Setúbal, guarda municipal.

É a Justiça que seleciona quem vai receber o aparelho. A prioridade é para as mulheres que são agredidas mesmo com a medida protetiva. Até agora, 50 botões foram distribuídos em Vitória. A intenção é chegar a 200.

"Os maridos, os agressores, os companheiros estão tendo receio de agir. E esse receio é justo. Nós temos que tomar medidas para que a mulher seja tratada com devido respeito e para que não haja impunidade no nosso Brasil", declara Pedro Valls Feu Rosa, presidente do Tribunal de Justiça.