Ana Lúcia participa de lançamento do Plebiscito Popular pela Reforma Política
04/02/2014 21:49Débora Melo, da Assessoria Parlamentar
Ao lado dos movimentos sindicais e sociais de diversas frentes, a deputada estadual Ana Lúcia participou do lançamento do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político em Sergipe, nesta sexta-feira, 31. Também esteve presente Iran Barbosa, vereador de Aracaju.
A programação do lançamento teve início com a palestra de Leidiano Farias, liderança da Consulta Popular do Ceará, e prosseguiu durante sábado e domingo, 01 e 02, com a realização do Curso Estadual de Formação de Formadores, realizado no Centro de Treinamento Sindical Rural (Cetresir/Fetase), no bairro Eduardo Gomes em São Cristóvão/SE.
Resultado da construção de movimentos sindicais, sociais e populares, o plebiscito tem o objetivo de promover amplamente o debate público com todos os setores da população acerca do modelo político do país. O desafio é construir um sistema político pelas mãos do povo que seja capaz de aprofundar a conquista democrática e consolidar a justiça social. Para isso, a população será convidada a votar se deseja ou não a convocação de uma constituinte exclusiva e soberana para a reforma política, entre os dias 1e 7 de setembro deste ano.
A deputada Ana Lúcia avalia que o sistema político brasileiro, da forma como se encontra hoje, não consegue responder à diversidade da população brasileira e reflete a profunda desigualdade social do país. “A política não pode ser dominada por quem economicamente já tem privilégios e domina outros segmentos da população”, lamentou Ana Lúcia, ressaltando que 95% das campanhas eleitorais são financiadas por grandes empreiteiras e bancos.
Lídia Anjos, articuladora do Movimento Nacional de Direitos Humanos em Sergipe (MNDH-SE), acrescenta que esta concentração de recursos em determinadas campanhas termina por limitar a autonomia da população no momento da escolha dos candidatos. “No nosso sistema político atual, a população tem o direito de votar, mas não tem o direito efetivo de eleger, pois a política é dominada por quem detém o poder econômico”, avalia.
Para Ana Lúcia, é urgente que se faça o debate em torno da reforma política e se cobre uma constituinte que possibilite a formulação de um novo modelo de política para nosso país. “Um modelo que não veja a política como mercadoria, no qual o financiamento das campanhas seja integralmente público; um modelo que fortaleça a democracia participativa; um modelo em que todas as classes e os segmentos sociais, especialmente os chamados minorias de direito, tenham possibilidade de serem eleitos e representados: as mulheres, os índios, as pessoas com deficiência, LGBT, idosos, jovens, trabalhadores rurais, enfim, a população brasileira em toda a sua diversidade”, defendeu a deputada.
Leidiano Farias, liderança da Consulta Popular do Ceará que ministrou a conferência de abertura do Lançamento, também reforçou as desigualdades e contradições do nosso sistema político. “O sistema político atual favorece o poder econômico e é um entrave para as mudanças sociais”, acredita. Para ele, um dos maiores problemas do parlamento brasileiro é a subrepresentação. “Dos 594 parlamentares, 273 são empresários, 160 são da bancada ruralista e apenas 55 são mulheres”, acrescentou.
Diante deste cenário, Ana Lúcia frisou que quem primeiro se manifestou publicamente sobre a insatisfação da população, e de uma forma especial da juventude, quanto ao modelo político foi a presidenta Dilma. “Diante das demandas surgidas durante as manifestações de junho do ano passado, ela propôs prontamente uma constituinte específica e soberana para fazer a reforma politica”, lembrou. Leidiano Farias reforçou que “68% da população aprovou a atitude da presidenta Dilma de propor uma constituinte exclusiva e soberana para a reforma política”.
Mário Neto, facilitador do curso de formação de formadores do Plebiscito Popular pela Reforma Política, acredita que a reforma política permitirá que sejam implementadas outras reformas estruturais das quais o Brasil necessita, a exemplo da reforma do judiciário, tributária, das comunicações, agrária e urbana. “Sem avançarmos na democratização das estruturas do poder, sem colocarmos o conjunto da classe trabalhadora no poder, nenhuma outra reforma estruturante acontecerá”, defendeu.
Formando formadores
Dando continuidade às atividades do Lançamento do Plebiscito Popular pela Reforma Política em Sergipe, cerca de 140 militantes de movimentos sociais e populares participaram, no último fim de semana, do Curso de Formação de Formadores. O mandato democrático e popular da deputada Ana Lúcia participou do encontro, que além de debater profundamente as contradições do sistema político brasileiro, definiu estratégias e propostas para fortalecer o debate público acerca do tema.
Neste sentido, o próximo passo é, até abril, construir comitês em cada região de Sergipe, a fim de que todo o Estado seja envolvido na pauta. “A tática de construção do plebiscito tem que ser concebida e construída no seu sentido mais amplo, de modo que nele precisam caber todas as organizações e segmentos que querem construir coletivamente, defendeu Mário Neto.