Boa parte das
mulheres que optaram por essa profissão afirma que a autonomia financeira e a
flexibilidade na agenda foram pontos decisivos na escolha
Rayllanna Lima | 17/07/2014 -Portal Ig.
Há
quem ainda diga que mulher no volante é um perigo constante, mas isso, aos
poucos, está sendo superado. De acordo com a Gerência de Táxi e Transportes
Especiais (Getaxi), o quantitativo atual de mulheres taxistas em Salvador é de
674, número ainda pequeno se comparado ao total de taxistas na cidade. Mas está
cada vez mais comum encontrar mulheres conduzindo táxis pela capital baiana
Boa
parte das mulheres que optaram por essa profissão afirma que a autonomia
financeira e a flexibilidade na agenda foram pontos decisivos na escolha do
táxi como alternativa profissional. Queila Gomes iniciou como taxista aos 28
anos, no carro do pai, fazendo apenas corridas aos sábados. Hoje, aos 36,
Queila não se imagina trabalhando em outra profissão. Há oito anos nesta área,
a taxista criou amor pela profissão, e afirma que as mulheres taxistas estão
dando um show.
“Vejo
meu carro como se fosse meu escritório. Meu carro está sempre limpo e cheiroso.
As mulheres são bastante cuidadosas e levam isso para seus carros. Criei amor
pela minha profissão. Não só por ser bastante rentável, mas também porque posso
definir o horário em que vou trabalhar. Não é uma profissão que você acorda
cedo e já reclama por ter que trabalhar”, pontuou a taxista.
Apesar
de ter quase uma década na profissão, Queila afirma não ter sofrido nenhum
assédio por parte dos seus passageiros. “Por incrível que pareça, até então não
aconteceu. Claro que já recebi muitos olhares estranhos, e ouvi alguns
comentários, mas nada direto a mim. Algumas pessoas ainda se surpreendem por
ver que o condutor do táxi é uma mulher, mas aceitam bem”, disse Queila, que
costuma receber elogios por conta da conservação do seu carro.
“Certa
vez um rapaz entrou meu carro e, sem olhar, me chamou de ‘amigão’ e pediu para
levar em tal lugar. Ao perceber que se tratava de uma mulher, ele saiu do carro
e voltou novamente, se retratando”, contou a taxista.
Trabalhando
há 6 anos como taxista, Adriana Andrade, 29, teve que driblar as cantadas para
quando iniciou na profissão. “No início eu era insegura, e não sabia lidar
muito bem com as cantadas, ficando quieta. Mas logo peguei a prática, e corto
logo no início, exigindo respeito. Quando iniciei era novidade, mas hoje as
pessoas estão aceitando melhor. Hoje há bem mais mulheres taxistas. Já tive
passageiros de fora do estado, que nunca tinham feito corrida com mulher, e se
surpreenderam de forma positiva”, explicou.
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