Dezenas de mamães sergipanas que amamentam, juntamente com seus bebês, algumas acompanhadas pelos pais das crianças e familiares, participaram na tarde de domingo da Hora do Mamaço 2013. Em Sergipe, o evento aconteceu no Centro de Arte e Cultura J.Inácio, localizado na Orla da Atalaia. A iniciativa faz parte da Semana Mundial do Aleitamento Materno e aconteceu simultaneamente em mais de 40 cidades em todo país e também na cidade de Barcelona na Espanha.
O encontro de mães para uma mamada coletiva teve como objetivo chamar a atenção da sociedade para os benefícios do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida do bebê e, se possível, pelo menos até o segundo ano de vida da criança, para a saúde e o desenvolvimento do bebê. Em Sergipe, o evento teve apoio do Comitê de Aleitamento Materno da Sociedade Sergipana de Pediatria (Sosep) e dos três Bancos de Leite Humano do Estado, de Aracaju, Itabaiana e Lagarto, além da professora doutora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Rita Rego, com sua turma de alunos do curso de Enfermagem. Um grupo de cerca de 20 mães, do município de Itabaiana, participaram da Hora do Mamaço.
A Hora do Mamaço foi criada em 2012 pela Aleitamento Materno Solidário (AMS) Brasil. Em Sergipe, este foi o primeiro ano que o ato foi realizado. Além de estimular e valorizar o aleitamento materno, o evento buscou chamar a atenção para a importância do apoio de familiares e também do trabalho para que a mulher possa amamentar o máximo que puder seu filho.
Durante a Hora do Mamaço em Aracaju, as mamães, além de amamentarem seus bebês, participaram de uma roda de conversa. Nela, as mães puderam tirar dúvidas sobre o aleitamento e também dar depoimentos sobre suas experiências com o aleitamento. As representantes dos bancos de leite, Helia Karla Agapito (Aracaju), Sandra Rafaela (Itabaiana) e Zoede (Lagarto).
Importância
A presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Glória Tereza Lopes, ressaltou que o leite materno é o principal agente nutridor da criança nos seis primeiros meses de vida. “Já está pronto, muito acessível, além de favorecer muito a saúde do bebê. No futuro, vai ser possível ver os benefícios, pois facilita na formação do psiquismo, da sua afetividade em todo seu desenvolvimento, pois uma pessoa que na infância foi amamentada ela terá mais autoconfiança, menos problemas de relacionamento, então teremos uma sociedade melhor, se estimularmos o aleitamento materno”, destacou.
Adriana Machado participou da Hora do Mamaço. Ela levou sua filha Maria Joana, de apenas três meses junto. Para ela, o evento teve uma importância significativa, pois chama a atenção para esse tema. “Minha filha só mama no peito. É muito mais saudável, ajuda no crescimento e ajuda a prevenir doenças”, afirmou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados com o leite materno exclusivamente até o sexto mês de vida. Depois dos seis primeiros meses de vida é que novos e nutritivos alimentos devem ser introduzidos na dieta alimentar do bebê. Isso porque é quando o seu organismo estará preparado para receber novos alimentos. No entanto, estudos mostram que, embora nos últimos anos tenha aumentado o número de meses de aleitamento exclusivo, ele está ainda aquém dos seis meses recomendados.
Segundo a presidente do Comitê de Aleitamento Materno da Sociedade Sergipana de Pediatria, Ana Jovina, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que há dez anos as mulheres amamentavam exclusivamente com seu leite os bebês em torno de dois meses. Atualmente essa média está em quatro meses. “Mas o ideal é que o aleitamento exclusivo seja nos seis primeiros meses, pois o leite materno atende todas as necessidades do bebê”, ressaltou, acrescentando que esse período de quatro meses coincide com a volta da mãe ao trabalho, uma vez que ainda muitas mães que trabalham têm apenas quatro meses de licença maternidade.
Aconselhamento e apoio
Embora reconheçam a importância do aleitamento materno exclusivo, muitas mães encontram dificuldade para amamentar seus bebês e, algumas vezes, esses entraves acabam fazendo com que elas desistam e passem a alimentar os bebês com fórmulas infantis. No entanto, esse apoio e esclarecimento para que a mãe consiga amamentar pode ser encontrado nos bancos de leite humano. Em Aracaju, existe o Banco de Leite Humano Marli Sarney. No município de Itabaiana tem o Banco de Leite Irmã Rafaela Pepel. A cidade de Lagarto também tem banco de leite.
A diretora do Banco de Itabaiana, Sandra Rafaela Pepel, destacou que o papel do banco é orientar e dar apoio às mães que não conseguem amamentar, seja porque o bebê não suga direito ou porque a mãe tem pouca produção ou outros motivos. Ela disse que é comum que algumas mães demorem alguns dias para que o leite desça e o bebê possa mamar. Por isso a orientação e informações são tão importantes para essas mamães que têm condições plenas de amamentar.
Hélia Karla, gerente do Banco de Leite de Aracaju, disse que algumas mães têm dificuldade e o interessante é que elas saibam que, caso isso aconteça, elas podem contar com profissionais que as acolhem e dão todas as orientações sobre o aleitamento. “A mãe tem que ser apoiada sempre”, frisou. Na roda de conversa durante a Hora do Mamaço, Lausimar Santos do Nascimento, mamãe de Ellen Mayane, de apenas dois meses de vida, contou que nos primeiros dias teve muita dificuldade para amamentar. “O bico do meu seio rachou, sentir muita dor, mas persisti em amamentar, procurei o Banco de Leite de Itabaiana e fui orientada. Até hoje minha menina só mama exclusivamente no peito”, contou.
Durante o evento, a professora Rita Rego recitou dois poemas de sua autoria, para as mães e os pais, sobre a importância do aleitamento materno. Ao final da Hora do Mamaço, foi gravado um vídeo com as mães amamentando seus bebês. As imagens irão fazer parte do vídeo que será feito pela AMS Brasil com registros da Hora do Mamaço 2013 em todas as cidades onde foi realizada.
Fotos: Adriano Torres.
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